sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Primeiro-ministro da Islândia diz à nação para ir à pesca

O primeiro-ministro islandês, Geir Haarde, aconselhou hoje os seus cidadãos sobre aquilo que devem fazer após a implosão do sistema bancário do país: irem pescar.
Razão parece ter James Kunstler, o famoso autor de "O Fim do Petróleo", quando diz que com a escassez cada vez maior de crude, o mundo vai acabar por se voltar de novo para a agricultura tradicional.

Na Islândia, não é o fim do petróleo, mas sim da banca, que está a fazer o país acordar de novo para os recursos piscatórios.

Com efeito, o primeiro-ministro islandês, Geir Haarde, aconselhou hoje os seus cidadãos sobre aquilo que devem fazer após a implosão do sistema bancário do país: irem pescar.

“Somos um país demasiado pequeno para sustentar um sistema bancário de tão grande dimensão”, afirmou Haarde numa entrevista, citado pela Bloomberg. “Temos fantásticos recursos e uma abundância de energia verde e agora iremos utilizar tudo isso e os restantes recursos de que dispomos – o mar e o capital humano”, salientou.

Na última década, os bancos da Islândia apoiaram a “festa das compras”, através da qual os investidores daquele país compraram posições em retalhistas como a Saks Fifth Avenue ou em joalheiras como a Mappin & Webb, entre muitas outras grandes empresas. Essa aventura no estrangeiro chegou ao fim esta semana, com a nacionalização dos três maiores bancos da Islândia, salienta a Bloomberg.

Agora, os islandeses começam a querer apostar nos recursos naturais do Atlântico – pesca e energia geotérmica – como forma de ajudar o país a sobreviver. “Podemos viver daquilo que a terra nos dá, porque não somos muitos, e temos aquecimento, água potável e peixe”, comentou à Bloomberg uma cidadã de Reiquejavique, Kristinn Johansson. “Ficaremos bem. Podemos comer aquilo que pescarmos”, acrescentou.
 
(10 Outubro 2008, 17:04 por Carla Pedro | cpedro@negocios.pt)
 

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